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Solidariedade em tempos de pandemia

A enfermeira aposentada da SMS Patrícia do Couto Wiederkehr fala sobre a experiência no voluntariado, resultado da formação familiar, praticamente uma inclinação trazida no DNA.


Desde criança, aprendi com a minha família a importância de olhar para o outro. Lembro-me da vó Celina, que faleceu em 2017, aos 91 anos. Costureira, ela trabalhava num grande hotel de Porto Alegre e tudo o que ganhava dividia com os vizinhos, no bairro Restinga, onde morava. Minha mãe, Cleuza, professora aposentada da SMED-PMPA e da Seduc-RS, trabalhava com comunidades carentes e sempre esteve atenta ao que acontecia ao seu redor.

Na Paróquia Santa Cecília, organizando alimentos doados mensalmente pelos paroquianos, para comunidades da periferia. Trabalho realizado desde a Campanha do Betinho contra a fome, em 1993 / Foto Arquivo pessoal


Em tempos de pandemia, com a vulnerabilidade social aumentando dia a dia, as ações do governo não dão conta e o que estamos vendo é o povo ajudando o povo. Cada cidadão se sente chamado à ação de solidariedade.


Com um grupo de familiares e amigos, temos feito várias ações pontuais, mas que fazem a diferença na vida de algumas pessoas. Cozinhamos semanalmente e entregamos alimentação para amigos que passam por necessidades e moradores de rua. Arrecadamos recursos para a compra de cestas básicas para famílias que não conseguiram acesso aos recursos do governo e perderam a vaga de emprego que tinham. São diaristas, profissionais da construção civil, auxiliares de serviço geral e zeladoria. Pessoas que tinham emprego e renda, mas, hoje, encontram dificuldades até para se habilitar para o auxílio emergencial.


Além disso, com o isolamento social, longe de familiares e amigos, podemos fazer a diferença na vida das pessoas. Um contato pelas redes sociais, um telefonema, enviar um mimo numa data especial, tudo é motivo de alegria para quem faz e para quem recebe. Também ajudamos os vizinhos, fazendo as suas compras e auxiliando nas tarefas cotidianas.


Estamos sentindo a falta dos encontros e do abraço carinhoso. Comunicamo-nos pelos olhos, usando máscaras de proteção. E temos que fazer a nossa parte. Se podemos, temos que ficar em casa. Tudo vai passar, mas, neste momento, somos convocados para o enfrentamento de um inimigo invisível, porém, poderoso.

Faça a diferença na vida de alguém! E faça a sua parte na luta contra o Coronavírus.


Entrega de colchão e alimentos para seu Adão, morador de rua, na Vicente da Fontoura com a Neuza Brizola. Ele já trabalhou em supermercado, construção civil e limpeza urbana. Saiu de São Jerônimo após a morte dos pais. Tem irmãos em Porto Alegre, mas muito pobres, que moram em peças alugadas com toda a família. Ele está na rua há mais de 10 anos. Ficou desempregado e não conseguiu mais pagar o aluguel da peça onde morava / Foto Arquivo pessoal




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